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ASSINDEFESA-TO » Artigo | 16 de março de 2020 20h55

O IMPACTO DA CRISE ECONÔMICA ESTADUAL NA DEFESA AGROPECUÁRIA DO TOCANTINS

Por ASCOM
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A Defesa Agropecuária no Tocantins representa a proteção da produção agropecuária estadual. O papel de protetor é desempenhado pelos Inspetores em Defesa Agropecuária - médicos veterinários e engenheiros agrônomos e Fiscais em Defesa Agropecuária - técnicos agropecuários. As funções exercidas por esses profissionais é de relevante importância e as carreiras envolvem anos de estudo, até mesmo em nível de pós-graduação, sendo - muitos especialistas, mestres e doutores - que desempenham com qualidade suas atividades para que os produtos obtidos da atividade agropecuária sejam comercializados dentro e fora do Estado, inclusive para outros países com segurança alimentar para o consumidor.

 

O trabalho envolve a planificação em políticas públicas para evitar que as doenças animais e pragas vegetais inviabilizem a produção.  Os estudos envolvem a análise de risco de introdução e propagação de doenças com análises científicas e informações do Estado e do País importador complementada pela fiscalização do ingresso de produtos agropecuários no Estado e no País, para introdução de pragas e doenças exóticas. O custo do ingresso de uma nova doença é incalculável, pois além de ocasionar perda na produção e consequente falta de alimentos para a população implica em perda de mercados internacionais.

 

O trabalho é exaustivo e científico e tem como embasamento as normas da Organização Mundial do Comércio- OMC e da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. Os alimentos são testados para verificar se não oferecem riscos para o consumidor. Os insumos fitossanitários usados na produção agrícola e os produtos veterinários e vacinas na pecuária são amplamente controlados no que se refere a conservação e uso correto do produto evitando desastres ambientais e contaminação de alimentos, assegurando a biossegurança e a qualidade dos mesmos.

 

Para continuar como exportador de soja e carne bovina, o Tocantins precisa, de forma imprescindível, reconhecer o papel do Inspetor e do Fiscal Agropecuário na produção agropecuária com respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal. Só assim se consegue manter e conquistar os mercados internacionais.

 

Contudo, as funções e atribuições básicas, como fiscalizações em fazendas, lojas agropecuárias, trânsito de animais e seus produtos e  industrias de alimentos, bem como, autuações a quem desrespeita as regras nacionais e internacionais e que põe em risco os mercados conquistados pelo Estado, estão comprometidas pela falta de investimento em defesa agropecuária.

 

A baixa disponibilidade de recursos físicos e materiais, principalmente veículo e combustível para o exercício das atividades peculiares à proteção dos rebanhos e das lavouras pode em um futuro próximo causar perdas de mercados conquistados e agravar ainda mais a crise vivida nesse Estado, inclusive inviabilizando a comercialização de animais vivos e seus produtos para outros Estados brasileiros.

 

O plano estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa – PNEFA, prevê a retirada da vacina com elevação do status sanitário dos Estados brasileiros em aproximadamente 1 ano. Entretanto, para tal, faz-se necessário investimentos em defesa agropecuária, fato que nos deixa extremamente preocupado em virtude da crise financeira pela qual o Tocantins atravessa e bem como, pela falta de apoio do governo estadual.

 

Nesse contexto, o Tocantins poderá não atender os critérios estabelecidos pelo PNEFA e não evoluir na erradicação da doença, ficando sua comercialização pecuária bastante limitada ou até mesmo inviabilizada dentro e fora do país.

 

Sabe-se da importância econômica da cadeia produtiva da bovinocultura para o Estado, que gera receitas, impostos, empregos diretos e indiretos com bastante representatividade no Estado. Mas destaca-se ainda que as exportações de produtos agrícolas (soja e milho) também estão atreladas ao status de livre de febre aftosa, podendo esses últimos produtos terem afetados suas exportações igualmente.

 

O caminho é longo e o tempo é curto, a situação é preocupante e nos deixa apreensivos uma possível situação de evolução de Estados vizinhos como Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pará e Maranhão. Fato que nos deixaria ilhados e impedidos de escoar a produção agropecuária em qualquer direção.

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